É inacreditável o poder de conversação entre as mulheres que se aglomeram em algum lugar e ficam horas e horas a conversar sobre diversos assuntos. Quando um assunto as enjoa, logo dão um jeito de mudar o rumo da conversa e como fazem tão bem isso. É impressionante, é tão mais rápido que um estalar de dedos. Contando outro fato, uma dá mais esclarecimentos, outras comentam e até mesmo chegam a dar o seu ponto de vista. Como essas mulheres conseguem prolongar uma conversa? E como elas conseguem dar cabo quando não lhes agradam? A verdade, meu caro leitor, é que desde os tempos mais remotos, elas sempre tiveram a necessidade de se expressar, mostrar ao mundo que também têm voz e vez, têm ideias e querem por meio de tudo dar sua contribuição para a sociedade. Devido às variadas formas culturais de nossa sociedade, as mulheres têm sido privadas de argumentar e dissuadir. Julgavam-nas como mentes improdutivas. Desse modo, era muito difícil de alguma mulher ter voz e vez numa sociedade de regime patriacal. Entretanto, somente entre elas, a comunicação funcionava e a partir desse momento a liberdade de expressar suas idéias e falar do dia-a-dia eram concretizados.
Hoje em dia, tudo mudou e muito. A nova geração se surpreende ao descobrir o que suas antepassadas passaram durante muitos anos sem poder reclamar de nada. A censura se fez presente em suas vidas. Agora, depois que tudo mudou, é muito comum ouvir conversas de mulheres em filas de banco, em feiras-livres, igrejas, hospitais e em tantos outros lugares. Às vezes a gente escuta cada coisa. Enfim, qualquer espaço se torna um ponto de encontro e pôr os assuntos em dia. E não importa o que. Seja um resumo de uma novela, de um filme, uma roupa nova ou mesmo uma fofoquinha entre vizinhas. Nada mais parece ser tão mais útil do que conversar. ETA! Que habilidade mais desenvolvida elas tiveram na atualidade.
Certo dia, ouvindo um grupo de mulheres conversando sobre filhos, fiquei impressionado com o que eu ouvi. A maioria delas já apresentava outra percepção muito diferente de algumas mulheres de décadas atrás sobre a reprodução humana. Dentre elas, umas diziam que hoje em dia está cada vez mais difícil de lidar com os filhos. Outras ainda, diziam que não queriam ter filhos cedo. Entre as alegações foram a falta de tempo, de paciência, muitas preocupações, insônias e ausência de liberdade. Anos atrás, era indiscutível o papel da mulher quanto à procriação. No entanto, parecia que só tinha essa função. Menos mal que pensem assim. Há tantas que querem engravidar só para terem um dinheirinho extra no final do mês. E se pai da criança não cumpri o que determina a lei, cadeia neles.
As ideias com o passar do tempo só tendem a mudar. Nada fica inerte. Tudo muda. Não é fácil perceber a transição de um pensamento que se desencadeia dentro do cérebro. A mente humana é surpreendente e não há controle. O que podemos perceber na verdade, é que, homens e mulheres não aceitam ter seus direitos destituídos. As mulheres querem conquistar mais poder e se tornarem mais independentes de nós homens.
Autoria de Cid TJ